quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Polinésia Francesa, Tahiti - Moorea


Felicidade ao avistar as montanhas do Tahiti, passamos por Papeete e fomos para a Marina Taina em Punaaia, lá ancoramos, incrível a visibilidade da água, muito lindo o passe, adentrar para as barreiras de corais...

Nos primeiros dias ficamos na função de encontrar um lugar pra ficar, limpar o catamarã, dar saida da crew list, essa parte deu um certo trabalho, os policiais da imigração não foram muito educados, quiseram criar caso por nada, mais tarde ficamos sabendo que eles não curtem muito os franceses, e como fomos até lá com o capitão francês, até certo ponto é compreensível porque foram colônia francesa por muito tempo, e ainda é considerado território da França, posibilitando a entrada e permanência de franceses no país, e sim tem muitos franceses que vem viver por aqui, trabalhar, tornando o mercado de trabalho mais competitivo, na visão dos tahitianos os franceses "roubam"seus empregos, além de acharem que eles se acham os donos daqui, enfim, o que nos explicaram é que os policiais não são muito simpatizantes dos franceses e principalmente quando não se preocupam em cumprimentar na língua local, ao invés de falar Iaorana, ficam falando Bon jour pra lá e pra cá....
Conhecemos muitos franceses em Nuku Hiva e no Tahiti, todos muito gente boa, mas era surpreendente perceber que a maioria tinha a visão de colonizador, muitos realmente acreditam que a polinésia não seria nada se os franceses não estivessem lá, investindo em educação, saúde, subsidiando, aquela velha visão eurocêntrica e equivocada de desenvolvimento... A maior riqueza da polinésia é sua cultura, mesmo com missionários, imigrantes europeus e toda forma de colonizar, os polinésios não deixaram de reconhecer o valor de seus conhecimentos, suas práticas, mesmo que muito tenha se transformado, o jeito desse povo viver é muito bonito... mas sim aqui também tem seus problemas, não que tenha visto, mas muitos falam que o problema por aqui é com a bebida, que os tahitianos gostam muito, mas não vi nada demais por aqui, e provavelmente essa foi uma das estratégias usada pelo colonizador, introduzir o álcool pra esse povo, para enfraquecê-los... a história sempre se repete...
Reencontramos várias pessoas por aqui, inclusive o André, que também era tripulante do Fraternidade, foi massa!! Logo no primeiro dia conhecemos vários brasileiros que tinham acabado de chegar, estavam indo pra Teohupoo surfar, acho que todos eram profissionais, foi massa passar na rua e os escutar falar português..
Como não encontramos um novo barco logo que chegamos, ligamos pra Domi, uma amiga francesa que conhecemos em Nuku Hiva, e ficamos hospedados em sua casa, foi bem legal a temporada por lá, recarregar as energias, ter um banheiro, água quente, não ficar neurótica de estar gastando muita água, ter acesso a internet, pequenos "luxos"que vivendo a bordo fica um pouco restrito...rsrsrs      
Tahiti foi realmente muito bom, bons encontros e reencontros, fomos na Heiva, que encanto essas mulheres dançando, fiz uma aula, delícia, fomos em Teahupoo, lá assistimos o primeiro jogo do Brasil na Copa, junto com o brazooca, Jeff surfou uma onda lá, vacou outra, passamos um domingo em Pointe Venus, que vida tranquilaaa... encontramos um barco pra participar da regata "Tahiti-Moorea Sailing Rendez-vous", fomos com um casal de canadenses no "Magenta", muito massa, fortes emoções, fortes ventos, grandes ondas, mas chegamos.
Em Moorea, várias festas do encontro, várias festinhas no Infinity, mega veleiro de ferrocimento (120 pés), muito doido, 16 tripulantes, noite no Boubbles, massa demais reencontrar Alex, depois continuamos em Moorea, fomos até Haapiti Surf Lodge, conhecemos Petero, o dono, e passamos 10 dias lá, que delícia, chalezinho de frente pro lagoon, todos os tons de azul imagináveis, de frente pro pico do surf, andava de caiaque, ficava no passe fotografando a galera surfar, muito gostoso, subimos o "3 cocotier" visual lindo de Moorea, ficamos peladões lá em cima, pedalamos na chuva, fizemos uma tatoo tradicional, sem máquina, com dente de porco do mato, fiz várias massagens na mulher de Petero e em sua mãe, vários jantares com eles, conhecemos uns havaianos massa, desenhei, sonhei e sonhei... a vida estava muito boa mas tínhamos que voltar pro Tahiti, buscar um barco pra seguir viagem, afinal faltava menos de um mês pro nosso visto acabar, ainda em Moorea nosso telefone tocou era Lisa, falando de um barco que precisava de tripulante, mas o barco já estava de saida no dia seguinte, nem nos empolgamos...
De volta no Tahiti fomos até a Marina Taina e ligamos pro capitão que Lisa tinha falado, de repente ele poderia estar ainda por ali, e estava, então conhecemos Ted, um inglês de 67 anos, bem simpático, na primeira conversa não acertamos nada porque ele queria uma tripulação para dividir todos os custos do barco, não era o que queríamos, decidimos ficar por mais tempo e procurar outro barco, depois ficamos sabendo que ele acabou não saindo, Lisa resolveu pegar um avião e mais uma vez conversamos e então combinamos de fazer parte da tripulação do Honalee, dividindo apenas alimentação, os outros gastos, é responsabilidade do capitão (taxas de portos, marinas, diesel, manutenção, água etc.). Antes de embarcar no Honalee, fizemos nossa despedida do Tahiti e comemoramos o aniversário de Jeff, na casa de Gabriel, um carioca que vive no Tahiti há oito anos, muito massa, super coração, foi bem divertida a festinha, pocker e muita risada...
nos despedimos de Domi e a galera da casa e embarcamos no Honalee, maravilha, bem gostoso o veleiro, modelo suíço, scanmar, 40 pés, duas cabines e dois banheiros, apenas eu, Jeff e Ted!! Fizemos as compras e no dia seguinte voltamos pro mar. Rumo a Huahine, menos de 24h de velejada, mesmo assim, tinha um único turno de 2h-5h da manhã e passei o turno inteiro vomitando, terrível, ainda bem que estava tudo tranquilo, vento a favor, constante, vela regulada, não tive que fazer nenhuma manobra...

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