segunda-feira, 22 de março de 2010

Canal do Panamá


A estadia em Colón foi apenas para aguardar a travessia do Canal, durou sete dias, depois de toda a burocracia resolvida no dia 03/ 03 iniciamos a travessia, já no fim da tarde o prático embarcou no Fraternidade para nos guiar, e no rastro de um grande navio cargueiro adentramos o canal, tinha também outros 2 veleiros no rastro do navio, entramos na primeira eclusa e o nível da água começou a subir e então seguimos até a próxima eclusa, espera-se o nível da água subir e segue, passamos por três eclusas até o Gatun Lake, chegamos já à noite, foi um pouco tensa a travessia pois o prático estava um tanto impaciente, mas na realidade é tudo bem simples, mas é necessário atenção, enquanto o nível d’água de cada eclusa subia tínhamos que atracar próximo do paredão, a única manobra que tinha, para isso era necessário duas pessoas na proa e dois na popa para lançar o cabo ao funcionário do canal que ficava emcima do paredão, e depois pegar o cabo de volta, os meninos ficaram nessa função, eu fiquei auxiliando Paulo no registro, enquanto ele filmava tudo, eu fotografava. Passamos a noite no Gatun Lake atracados numa bóia gigante, a contra bordo de um outro veleiro, de canadenses, todos bem simpáticos tinha também uma equatoriana junto, muito animada, conversamos um pouco e logo fui dormir, pois amanhã cedo a travessia continua. Um outro prático embarcou para seguir o canal, antes de chegarmos nas outras eclusas. Atravessamos o lago, muito me lembrou o Amazonas, ouvi um som de macaco que parecia os guariba, muito provável que seja, a mata é muito bonita, o mais impressionante era a quantidade de paud’arco, todos floridos, coisa linda!! Mas logo chegamos nas eclusas o que quebrou todo o encanto, uma grande obra americana recortando a terra, é mesmo de impressionar o que o homem é capaz, tudo pelo progresso… já faz tempo que os americanos passaram a administração do canal para o Panamá, mas as consequências restam até hoje, é um lugar muito desigual, um país onde corre muito dinheiro mas o povo vive na miséria, Colón retrata bem isso, a zona livre com as maiores marcas do mundo e do lado de fora ruas que parecem aquelas bibocas, aspecto de sujo, fios velhos dependurados, um clima de terror causado pelo tráfico, todos nos alertavam para ter cuidado ao andar nas ruas.. mesmo assim me senti bem, não vi nada que me causasse tensão, gostei do povo, achei alegre, tem uma malandragem e mesmo as ruas com aspecto de sujo, estado precário, tinha um colorido, os ônibus parecem obra de arte, são aqueles bem antigos, coloridões… e também andei pela feira tudo muito colorido… comi muito patacones!!

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